terça-feira, 10 de agosto de 2010

Anestesia geral.

Esquecer uma mão que é minha, mas não compreende o que lhe dito. Anular uma parte que me pertence, mas não responde aos meus estímulos. Amputar uma perna para poder, correr! Receio facilmente legitimável, presumo. Liberdade indesejada, imprevisível, incontrolável, possivelmente sobrevalorizada. Ou apenas mal interpretada. Se tivesse escolha, não seria a minha escolha. Impessoal, sempre. Racionalmente, seria um corte limpo. Impessoal, sempre.
A mãe vive, e não sou eu. O pai está morto, e não serei eu, orfã de pai, em colo materno, eternamente insubstituível.
Corte sujo, torniquete. Antes que a carne morra num espasmo temporal, ou decida a perna ter vida própria.

terça-feira, 3 de agosto de 2010


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